domingo, 12 de julho de 2009

Eu voava alto porque tinha um grande par de asas...

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Até que um dia eu caí.

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Cortaram minhas asas e desde então tenho vivido nesse enredo de samba, sem saber o que fazer da minha existência. Cá no mundo, participo todo dia, sempre do mesmo jeito. Levantar, elaborar e viver. Viver?
Sinceramente não sei mais se vivo ou se só existo. E se existo também é porque insisto nesta história toda de que um dia as coisas vão dar certo.

Difícil acreditar que vão... Quando se levanta tomando um coquetel de comprimidos que nem se sabe mais o pra quê, tentando ao máximo alcançar o que esperam de mim. Mas nós nem sempre voamos, nem sempre brotamos, nem sempre plantamos.
Cresci assim, sem saber o que sou diante do que já não é. O que podemos ser quando algo deixa de ser? Eu deixei de ser, desaprendi a voar, a sonhar... desde que me tornei algo que nunca desejei ser.

Eu olho pela janela a chuva cair.
E acredito que não custa nada deixar que ela molhe um pouco que seja a nossa vida. É, preciso de uma vida mais regada Anjo, para conseguir lidar melhor com meus distúrbios compulsivos. Mas hoje eu amanheci com zumbidos gritantes dentro da minha cabeça, amanheci sem ter dormido. Amanheci já procurando sei lá o que, e continuo procurando nada, e encontrando nada. Talvez esteja faltando açúcar, sabe, quando as coisas ficam meio assim? Quando parece que tudo vai embora? Será que elas escorrem?

As coisas foram embora pelos ralos, junto com os últimos vestígios da chuva.
Quiçá um dia eu possa ser mais sensata.


O que me resta é esperar a chuva cair novamente, e abrir um pouco mais a janela desta vez...



..................................................ઇઉ
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Das qualidades inexistentes, ...
não saber escrever coisas bonitas ...
é a que mais me faz falta. ...
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