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........É estranho estar aqui de novo, fazendo algo que antes me deixava calma e confortada, mas que agora me machucam por ter que pensar nas coisas que me causaram dor. Por todo esse tempo, achava eu, na minha mais absoluta certeza que as palavras estavam ajudando a aliviar o ardor do maldito buraco resistente em meu peito. Mas agora percebo que muitas delas só me prenderam ainda mais a essa vida de fraudes que teimo em seguir. Talvez pela minha total incapacidade de tornar as coisas ao menos suportáveis de conviver.
........É que tenho essa alma de artista sem talento, atormentada pelo fracasso e pela insignificância. Machucando-me por vezes apenas por não atingir simples objetivos, mesmo não sendo culpada total pelo fracasso... Ainda sim, sinto que minha existência seja uma ironia, uma piada sarcástica do destino, onde tudo soa extremamente falso tornando clara na minha consciência a minha extrema mediocridade.
........Quando escrevo, fecho bem os olhos, para ver melhor minh'alma. Mas ainda assim, não sei por que escrevo. Talvez seja só saudade, amargura ou desespero por saber que o padrão não vai mais se repetir... Tudo está mudado agora, e a vida me roubou o tempo, e a noite me roubou o sono... As lágrimas nos olhos me roubaram o sorriso. Talvez todos os padrões estejam quebrados e incomoda-me hoje saber o passado não passado, porque as feridas não cicatrizaram e só verifico um aumento, um acúmulo de tristeza.
Me incomoda.
........Eu já entoei a amargura de domingos sóbrios e me embriaguei com o torpor da solidão. E cada letra que cuspi despiu-me as emoções, transbordando os sentimentos todos que acumulei por falta de opção. E se escrevi num certo tom magoado foi porque quebrei aos tantos cacos meu coração. Porque assim, chorando por escrito, exorcizo toda sorte de aflição, mantendo-me guardada, que é pra lembrar quais são as pedras que machucam e quais flores têm espinhos.
........Mas escrever é apenas como ser um manco sem muletas, como a alma de um artista condenada desde sua criação a um purgatório, sem perspectivas de alteração do regime no cumprimento de sua pena. Porque das poucas certezas que a vida nos dá, uma delas é que na hora do fuzuê, você só pode contar com poucos ou na pior das hipóteses, só com você mesmo. O resto te oferece só ouvido de mercantilista e desculpas esfarrapadas.
........Por hora, estar sozinha neste momento me destoa e descontrola e faz com que me sinta culpada por não saber conservar as pessoas do meu lado. Sinto-me impotente e pequena por perceber que tantas palavras não serviram de nada, porque ninguém soube entender que por trás de cada uma delas estava apenas meu pedido de que não me deixassem sozinha.
........Esses sentimentos trouxeram novamente meus pesadelos, tirando o meu sono a cada noite... Pensamentos antigos também voltaram a me perturbar, e sigo sem saber até que ponto conseguirei não ceder a eles. Mas até lá, vou me apagando aos poucos, retirando me do palco e levando comigo meus poucos vestígios... Como se eu nunca tivesse existido.
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Você vai me desculpar, mas em breve precisarei dizer adeus porque já... Já é quase Dezembro.
........É que tenho essa alma de artista sem talento, atormentada pelo fracasso e pela insignificância. Machucando-me por vezes apenas por não atingir simples objetivos, mesmo não sendo culpada total pelo fracasso... Ainda sim, sinto que minha existência seja uma ironia, uma piada sarcástica do destino, onde tudo soa extremamente falso tornando clara na minha consciência a minha extrema mediocridade.
........Quando escrevo, fecho bem os olhos, para ver melhor minh'alma. Mas ainda assim, não sei por que escrevo. Talvez seja só saudade, amargura ou desespero por saber que o padrão não vai mais se repetir... Tudo está mudado agora, e a vida me roubou o tempo, e a noite me roubou o sono... As lágrimas nos olhos me roubaram o sorriso. Talvez todos os padrões estejam quebrados e incomoda-me hoje saber o passado não passado, porque as feridas não cicatrizaram e só verifico um aumento, um acúmulo de tristeza.
Me incomoda.
........Eu já entoei a amargura de domingos sóbrios e me embriaguei com o torpor da solidão. E cada letra que cuspi despiu-me as emoções, transbordando os sentimentos todos que acumulei por falta de opção. E se escrevi num certo tom magoado foi porque quebrei aos tantos cacos meu coração. Porque assim, chorando por escrito, exorcizo toda sorte de aflição, mantendo-me guardada, que é pra lembrar quais são as pedras que machucam e quais flores têm espinhos.
........Mas escrever é apenas como ser um manco sem muletas, como a alma de um artista condenada desde sua criação a um purgatório, sem perspectivas de alteração do regime no cumprimento de sua pena. Porque das poucas certezas que a vida nos dá, uma delas é que na hora do fuzuê, você só pode contar com poucos ou na pior das hipóteses, só com você mesmo. O resto te oferece só ouvido de mercantilista e desculpas esfarrapadas.
........Por hora, estar sozinha neste momento me destoa e descontrola e faz com que me sinta culpada por não saber conservar as pessoas do meu lado. Sinto-me impotente e pequena por perceber que tantas palavras não serviram de nada, porque ninguém soube entender que por trás de cada uma delas estava apenas meu pedido de que não me deixassem sozinha.
........Esses sentimentos trouxeram novamente meus pesadelos, tirando o meu sono a cada noite... Pensamentos antigos também voltaram a me perturbar, e sigo sem saber até que ponto conseguirei não ceder a eles. Mas até lá, vou me apagando aos poucos, retirando me do palco e levando comigo meus poucos vestígios... Como se eu nunca tivesse existido.
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Você vai me desculpar, mas em breve precisarei dizer adeus porque já... Já é quase Dezembro.
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..............................................................ઇઉ
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[...]"nunca ninguém nos ensinou
e nunca aprenderemos
como reagir diante da "SAUDADE"
que algumas pessoas deixam em nós... "
Saudades Julinha!
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