quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Cartas...

Sem Data, pois ainda não aprendi a usar o tempo...

Como vão as coisas?!?
De mês em mês, eu me sento para escrever pra você

Nem sei se você lê... Mas apenas o escrever me conforta, porque as palavras ficam na garganta e me sufocam.
Deve ter desistido de me escutar, talvez por não entender muito o que eu diga, ou por achar que o escrito não é para você. Só que bem o é.

Mas essa não é só mais uma carta... São pensamentos soltos traduzidos em palavras, pra que você possa entender o que eu também não entendo... Daquele tempo que os sentimentos eram sentimentos.

Porque eu tive uma recaída. Você nem soube disso, nem das outras coisas.
Sabe, estou em crise. Não consigo responder ninguém. O assunto das pessoas me enche de um tédio absurdo, e tudo parece muito desinteressante.

Já faz tempo que eu me perdi de você
Mas escrevo todo dia. E guardo pra te dar as cartas que eu não mando... Que conto por contar, e deixo em algum canto.

Eu?
Vivo do mesmo jeito. Tropeçando pela vida... Ah, andei por tantas ruas. São histórias esquecidas que um dia eu quis contar pra você.

Eu fico imaginando e às vezes tenho dúvida se os fatos são reais ou se eu os criei. Sua vida e seus amigos... Com quem você se deita... Quem te faz companhia. Eu me lembro que eu já contei com você.

Você que é uma necessidade estranha e sem cabimento, que me incomoda, porque me vejo em você. Que se parece demais comigo. E me irrito quando penso como é irritante esse modo de ficar analisando as pessoas como faço... Como deve estar fazendo agora.
Talvez porque nunca tenha visto um ser tão não humano, tão estranho assim.

Mas você não precisa de mim... só eu de você.
Então eu fujo disso com minhas desculpas. Odeio inventar desculpas... Mas é o medo de magoar as pessoas. Odeio magoá-las. Odeio ser magoada!

É, melhor não enviar coisa alguma. Preciso é refletir um pouco mais para aceitar de uma vez por todas o que devo fazer desta minha vida.
Sonhar não é para mim!

sábado, 15 de novembro de 2008

Dormiu até sonhar. Viveu até acordar.

Outubro terminou numa investida de ventos uivantes e chuvas impiedosas, e Novembro chegou, frio como uma barra de ferro, com geadas matinais e correntes de ar cortantes que queimavam os desprotegidos.

E foi numa tarde dessas, de uma segunda-feira nublada e doía.mas eu queria que doesse mais, só pra me punir por ter perdido a esperança.
E eu queria que doesse mais porque talvez eu acreditasse que se o sofrimento viesse em torrente, eu me redimiria do pecado, me redimiria da incapacidade de não enterrar nenhum dos amores moribundos que eu carrego às costas, 90kg, 85kg, 110kg de amor morto afundando meus pés no chão, 1 cm a cada passo... e por sofrer uns 9 andares no subsolo do mundo, eu me perdoaria um dia.Um dia eu ia olhar pra mim, completamente submersa em cacos e restos e lixo das coisas que nunca foram e ia me perdoar e ia perdoar a todos e ia me dizer que agora eu ja podia voltar à superfície, que agora bastava, agora chega.
E agora eu suportaria quem sabe ser feliz... e nesse dia eu ia colocar uma saia rodada, trançar meu cabelo e prender um bem-te-vi, pra ficar cantando em todo canto que eu estava renascida e que eu seria o próprio reino da alegria, um ecosistema hermético e inabalável...
Eu e meu reino de nuvens branquinhas, eu e uma felicidade insuportável, eu e a consciência de deus, eu e a fé nas pessoas, eu e um ímpeto glorioso de despertar todos os dias, eu e algumas certezas, eu e meu amor pleno... um se alimentando do outro,
Até eu ficar velhinha velhinha e explodir em um arco-íris technicolor de nunca mais se apagar da face da terra.

Mas acabou a segunda-feira e ainda doía.
E aí eu queria que doesse mais, só porque todas as razões só me jogam na cara que essa coisa de ser feliz não é pra mim...
Simples assim.

ઇઉ

Quando tudo está confuso
Melhor dar um tempo
No mundo dos segredos
No mundo do som

domingo, 26 de outubro de 2008

nem tudo ... resiste ao ... tempo.

É já disse muitas vezes aqui e no outro blog. Sei muito bem disso mas...
dessa vez (sim), as coisas não vão ficar bem.
ઇઉ
Porque tem dias que tudo que eu queria
era uma razão, umazinha, besta e sem sentido.
uma razão sem razão nenhuma para que eu ficasse.
e eu colocaria essa razão (bum!) em cima e esmagando
todas as outras razões cheias de argumentos irrefutáveis
pra que eu te esqueça.
E tem outros dias que tudo que eu queria
é que você percebesse que todas as vezes que mandei se afastar,
todas as vezes que mandei mandar que eu me afastasse,
todas as vezes que eu tive raiva e falei alto coisas absurdas,
todas essas vezes eram só pra ter certeza de um amor inexistente.
era só pra ver se você se importava o suficiente pra lutar por mim,
apesar de mim.

E tem outros dias,
especialmente os de chuva,
que tudo que eu queria
era uma aparição surpresa
só pra perguntar se eu estou bem e contar alguma nova,
cantar uma música, contar uma piada.
e eu acredito nisso e me distancio do meu celular e do meu e-mail de propósito,
só pra espera não ser tão constante.
e quanto eu volto,
eu torço pra ter alguma coisinha,
algum pedacinho teu procurando um pedacinho meu.
ઇઉ


Sábias palavras...
Talvez o silêncio dessas pessoas tenha razão:
A insensata aqui sou eu!

sábado, 11 de outubro de 2008

What?!?

What are you looking for? Tell me baby, What are you waiting for?

A vida dá muitas voltas, isso é bem verdade... E muitas delas pouco ou nada desejadas. E para ser bem sincera, eu não entendo metade das surpresas que a vida me prega. É que o sarcasmo só tem graça quando se entende a piada. Mesmo assim ainda insisto em acreditar em pessoas... Desculpei muitas vezes coisas indesculpáveis e que depois não fizeram sentido algum. E se essas palavras não fazem muito sentido, pouco importa agora, minha vida não tem feito sentido algum a um bom tempo. E o que me tem incomodado é o fato de ninguém ser verdadeiramente espontâneo comigo, nada é dito para mim senão por códigos, cifras, entrelinhas, atos mal ensaiados, e depois ainda dizem... ‘Porque fez isso comigo?’, ‘Eu te avisei’, ‘Você sabia’, ‘Eu quis falar pra você’... E o pior ‘Você que não quis me escutar. ’ .
Porra, eu sei escutar também. Sei que sou chata, petulante, arrogante, estressada, inquieta, egoísta, nervosa, insolente, desaforada, e tantos outros adjetivos que poderiam constar... Mas também tenho a capacidade de escutar e mesmo que depois eu não olhe pra sua cara por um bom tempo, pode ter certeza de que se estiver certo eu sou humilde suficiente para pedir desculpas.
Mas ninguém fala, e eu fico perdida sem saber o que fazer. E quando tomo alguma atitude ainda levo esporro das pessoas. E se quer saber... Eu não quero mais amar, nem gostar de nada nem de ninguém... Viver à mercê, sem nenhuma fé de que alguma coisa vai mudar.
Só que eu tenho mania de me negar a perder a fé. Mas têm horas (pra minha sorte talvez) que a fé não se perde, ela simplesmente acaba. E antes da gente pensar em falar pra essa maldita fé que ela tem que ficar aqui e ninar nossos sonhos, antes que a gente perceba que o último a sair deixou um vãozinho de porta aberta de espaço suficiente pra fé sair de leve - um pouco por dia, antes que a gente se dê conta que tem algum sorriso faltando, algum suspiro engolido, alguma luz se apagando, a fé acaba. Simples assim... um belo dia, quando a gente vai conferir o reservatório de fé, ele está lá, com o fundo luzindo na cara da gente. E aí, acaba a fluoxetina, acaba o chocolate, acaba o montinho de dinheiro pra se jogar fora com felicidadezinhas, acaba a bebida, acaba a esperança e acaba o sol e o céu tem nuvem de chuva até onde a vista alcança.
E aí, eu que tenho essa mania de me negar a perder a fé, me agarro em todas as coisas que são erradas e já nasceram meio tortas... e eu me agarro e me jogo e deposito toda a minha esperança e a minha vontade de ser estável, eu me faço de blasé e vou aos lugares que sei que machucam, mas eu me nego a machucar porque é ai que eu consigo andar, pé ante pé, dia após dia.
...e isso por causa dessa maldita mania de me negar a viver sem fé na vida que caio tantas vezes estatelada no chão.

Mas a verdade é que nunca mais serei a mesma, porque nesses meses com caminhos tão complexos e difíceis que eu passei aprendi a dar valor a muita coisa, como também a desprezar pessoas que um dia disseram que me amavam e depois pisaram nos meus sentimentos. Só tenho uma coisa a dizer: amor é pra sentir e não para entender... Eu não vou sentir saudades daqueles que eu amava e me magoaram, e que hoje deixo pra trás.

Limito-me hoje a ser a amiga da amiga dos amigos.
Limito-me hoje a olhar para eles e a rever naquela maneira de estar, aquela que era a nossa maneira de estar.
Sinto-me longe... longe do mundo...longe de mim...

terça-feira, 30 de setembro de 2008

ઇઉ

Era triste: o melhor lugar do mundo seria longe dela mesma.

Um ano de internação...
quatro anos com ela.

Happy Birthday Ana. (A Mia ta com inveja)

ઇઉ

Queria esquecer, e cada vez lembro mais.

Ontem, saudade.
Hoje, vazio.
Amanhã, interrogação.

domingo, 28 de setembro de 2008

Setembro.

Toc, toc...
É a tristeza, de mãos dadas à chuva fina.


É, o tempo corre mais do que gostaria. Queria aproveitar mais o que me resta, mas o tempo é rápido, os dias passam sem perceber e as obrigações não da para fugir. Mas cada dia me sinto mais fraca, saúde frágil... Engraçado como tudo parece estar retornando, e da mesma forma de antes. O isolamento, as decepções, tão parecidas. A forma que a doença volta, é tão igual que fica impossível se iludir e achar que vai ser diferente, porque já sei que está no ponto em que não há mais retorno, é só uma questão de tempo... tempo. (Quanto mais?)

Quanto ao resto não posso dizer que pessoalmente esteja feliz, sou sincera com o que sinto... instinto. Muitas vezes, me identifico com o personagem do "Dr. House". A frieza, a arrogância, o cinismo, aquela aparência e postura do "eu estou bem, sou bom, e nada me atinge”; e depois chega em casa, senta e... transforma-se naquilo que realmente é: uma pessoa com sentimentos, que se isolou, e ficou perdida no mundo e na sua construção pessoal, mas essencialmente isso, com sentimentos... que ninguém se importa. Queria mesmo é escutar a verdade que tanto se cala e que ninguém tem coragem de falar, o máximo é fingir que o fato não existe. Não percebem que isso mata mais do que saber. Preciso saber, mesmo que machuque.

É que a moça já esta cansada de passar madrugadas inteiras, com ou sem luas, recordando uma história que parou no tempo... E voltará a lembrar que, ao fim da jornada, não terá nenhum moreno esperando. Não haverá abraços sinceros, desejos de boa noite, saudades, borboletas muitas. Será silêncio. Vazio. Lágrimas tímidas. Coração apertado...
~ Demora muito, garoto, para que você tome coragem e fuja da sua realidade novamente? Porque as palavras morrem na garganta. E sufoca aos poucos...

E eu sinceramente não sei... Não sei o motivo de tanta comparação, não sei o motivo dos desencontros, não sei o motivo de todos os motivos. O meu setembro se partiu em sete e nem sei bem qual deles me deixa melhor ou pior!
Meu coração agora está congelado. Creio que se alguém lhe tocar ele se parte em pedaços. A verdade é que bem poderia consertar, mas ninguém quer ficar com algo remendado. Só que, no fundo, por detrás da sua renitência em se entregar e se expor, ele é carente. E adoeceu.
No entanto cá vai andando. Talvez não na verdadeira essência da vida, mas num dos seus "fios que traçam o limite".

No fim...



A vida é cheia de altos e baixos mesmo. E hoje é só mais um dia que termina antes que eu voe para terras distantes...
Achei, realmente, por uma semana que tudo ia mudar. Era fraca, mas tinha uma luzinha verdinha, bem lá no fundinho do meu coração que me fez escolher uma roupa bonita, que me fizesse se sentir bem, que colocasse com o astral nas Estrelas, ou na Lua, lugar que gosto mais... Sonhei poder, enfim, ser alguém importante, vencedora e que teria tudo que precisasse no meu mundo. É, estava quase completa. Pronta para o recomeço.
Me alimentei bem, coisa que não fazia à mais de três meses... sem culpa. Trabalhei, estudei, e até me diverti. Mas, sabe... Tudo influencia, tudo atrapalha, tudo muda. E pior, num piscar de olhos. Sabe porquê??? Você descobre coisas que desejou por tanto tempo, e não enxergava ter. E não pode mais mudar isso. O caminho para casa se tornou solitário outra vez. A luz se apagou, e pifou. Não volta mais.
Por amor que senti (e que sinto) sabia iria doer muito depois, e que essa dor um dia vai me matar. E cada lágrima significa algo que está longe. Também não sei mais quem sou, estou diferente, frágil. Acordei de madrugada, sentindo muito mal. Não dormi mais, minhas entranhas reviravam, pareciam querer sair... Meu estômago arde como nunca. Não tem aceitado o que insistentemente ingiro, tudo me faz mal. Quando me obrigo a comer algo mais, parece que tenho um boi dentro de mim e coloco tudo pra fora. É involuntário. Dolorido. Angústia vem forte. Me desespero. Choro, perco o controle, e me machuco, pra conseguir dormir um pouco e esquecer isso tudo. E essa voz que se cala. Porque?

Sinto falta, da conversa sem culpa. De viver sem a espera. Quero ter o meu anjo de volta. Mas estou ficando sem tempo, fraca. As dores voltaram. A depressão, a Ana, a Mia. Estou ficando com o prazo de validade vencido, e desculpe pelo post chato. É que precisava de falar um pouco.
E amanhã se vou chorar ou sorrir, só Deus dirá. Porque amanhã é só mais um dia...


PS:Obrigado por ser um anjo na minha vida C.R., não pense que fracassou. A resposta foi muito além do que esperava. Mas, mais uma vez... eu não consigo. A fraca sou eu!


Perdão Deus.


ઇઉ

22 anos de vida...

16 anos na subvida...

Coração e alma perdidos.

Só eu sei...a força que preciso ter...só eu sei.

Desisto.

É, desisti ok? Mais alguma pergunta? (Argh)

Agosto,
veio à [contra]gosto.

Talvez eu seja os erros que ninguém quer cometer, o silêncio perturbador, o desejo incontrolável, a dor bem profunda, o pecado mais grave, sua vontade mais profana, sua maldição, a solidão indesejada, a inocência perdida, a criança inacabada, ou até a paz mais solitária.
Talvez eu seja um ato impensado, um fato incalculado, um acontecimento inusitado, um espelho quebrado, um esboço mal desenhado, um projeto não terminado. Ou um tapete mesmo, sem a glória vermelha, só esticado, feito para ser pisado, sem rancor, usado. Concebido pro pecado. Objeto único sem valor algum, com utilidade básica de ser usado nos seus erros mais graves, no seu caminho mais sujo, retirando de você toda sua mágoa guardada.
...Ou apenas um baú velho, feio, que ninguém quer por muito tempo. Onde pessoas jogam suas quinquilharias, migalhas, tristezas, lembranças, retalhos de suas vidas inutilizáveis, sua podridão. Feito somente com o propósito de limparem tudo de que não querem mais. Ou ponto para descontarem sua raiva pelo resto do mundo.

Talvez eu seja mesmo apenas uma nada,
que deixou de ser.
Que agora não é.

Mas se vê como um espelho, refletindo a Sua imagem interior, para que consiga encontrar seus erros, e descarregá-los em mim, sem dó. Mas corra, o baú está ficando demasiado cheio, não perca sua chance, seu tempo. É pra isso que sirvo... Encontre, em mim, seus medos e defeitos aproveite, sem culpa, como todos fazem, depois é só colocar de lado.

E mude... e Seja... Você mesmo... sem erros ou [de]feitos.
Porque eu...

Bom, eu já não
.
Sou.

Bonequinha?!?



"- Sou daquelas bonecas que as crianças não brincam,
daquelas que ficam esquecidas em um canto qualquer do quarto.
- Sou daquelas bonecas que tem um lindo vestido rodado, preto.
- Usam um batom meio borrado, vermelho.
- Trazem nas mãos uma linda coleção de facas afiadas.
- E tem um risinho sínico e malévolo quando apertam sua barriga."

Bonecas quebarm, são esquecidas, "saem da moda". E ela se sente assim... na maior parte do tempo. Só que por mais que a solidão machuqye, na falta da mais bonita, da melhor.... ela é procurada. Tirada do canto, novamente consertada. Mas depois de seu uso e do fim de sua pequena utilidade, ela volta sempre para o mesmo canto do quarto. Sozinha.

Então...

'Eis que com todo esse torpor de vida, do fundo de uma sacola de trapos, uma bonequinha desbotada, e cansada de ser deixada de lado por não ter o glamour da Barbie, se revolta e quer espalhar novas idéias, pois ela sabe, que é uma arma de ditar regras, então na contravenção, a bonequinha anti-herói, surge para caçoar, de você, de mim, e de tudo que é mesmice, pois ela está estafada, de reclamação, reclamação sem ação, ela está disposta à pegar a sua muleta (pois ela não tem uma perna) e sua tesoura, e virar a futura noiva de Chuck, estilhaçando, o tubinho preto básico, destruindo a bota branca, colocando cor e revolta, na vida de todos, você terá coragem de assumir seu lado Macabro?
Se não tiver, tome cuidado com as tesouras, elas podem vir falar com você...
Ela não é só uma nova boneca é uma idéia formada... uma nova vida.'